sábado, 29 de março de 2014

Letra: Tia Anica

A Tia Anica, tia Anica,
Tia Anica de Loulé,
A quem deixaria ela
A caixinha do Arapé? {Bis}

refrão:
A Olé, olá,
Esta vida não está má,
Olá, olé,
Tia Anica de Loulé

(refrão)


Tia Anica, tia Anica,
Tia Anica da Fuseta,
A quem deixaria ela
A barra da saia preta?

{Refrão}

Tia Anica, tia Anica,
Tia Anica de Alportel,
A quem deixaria ela
A barra do seu mantel?

{Refrão}

Letra: Senhora Cegonha

Lá traz a cegonha
No bico um raminho,
De meia encarnada
Vem dando chegada
Ao seu velho ninho.

Senhora cegonha
Como tem passado?
Não há quem a veja,
Não vai p'r'a igreja
Pousar no telhado.

No seu velho ninho
Ponha ovos, ponha,
Que seja bem-vinda,
Branquinha, tão linda
Lá vem a cegonha.

Vem chegando Agosto
Um bando levanta
Anunciando a hora
De se ir embora
Leva a meia branca.

Senhora cegonha
Como tem passado?
Não há quem a veja,
Não vai p'r'a igreja
Pousar no telhado.

No seu velho ninho
Ponha ovos, ponha,
Que seja bem-vinda,
Branquinha, tão linda
Lá vem a cegonha.

Letra: Pedra Filosofal

Autor: António Gedeão

Eles não sabem que o sonho

é uma constante da vi(E)da

Tão concreta e definida

como outra coisa qualquer

Como esta pedra cinzenta

em que me sento e descanso

Como este ribeitro manso

em serenos sobressaltos

Como estes pinheiros altos

que em verde oiro se agitam

Como estas aves que gritam

em bebedeiras de azul

Eles não sabem que o sonho

É vinho, é espuma é fermento

Bichinho alacre e sedento

De focinho ponte agudo

Que fussa através de tudo

Num perpétuo movimento

Eles não sabem que o sonho

É tela, é cor, é pincel

Base, fustre, capitel

Arco em ogiva, vitral

Pináculo de Catedral

Contraponto sinfonia

Máscara grega, magia

Que é retorta de alquimista

Mapa do mundo distante

Rosa dos ventos, Infante

Caravela Quinhentista,

Que é cabo da Boa-Esperança

Ouro, canela, marfim,

Florete de espadachim,

bastidor, passo de dança,

Colombina e arlequim

Passarola voadora

Pára-raios, locomotiva,

Barco de proa festiva,

Alto forno, geradora.

Cisão do átono, radar,

Ultra-som, televisão,

Desembarque em foguetão

Na superfície lunar

Eles não sabem nem sonham

Que o sonho comanda a vida

Que sempre que um homem sonha

O mundo pula e avança

Como uma bola colorida

Entre as mãos de uma criança

Letra: Mulher Gorda

{x2}
A mulher gorda para mim não me convém
eu não quero andar na rua com as banhas de ninguém

{Refrão 2x}

Ai Ai Aiii... Eu gosto dessa mulher
quero tê-la ao pé de mim, beijá-la quando quiser

{x2}
A mulher do Mickey para mim não me convém
en não quero andar na rua com a rata de ninguém

{Refrão 2x}

{x2}
A mulher baixa a mim não me convém
eu não quero andar na rua com o banco de ninguém

{Refrão 2x}

{x2}
A mulher alta a mim não me convém
eu não quero andar na rua com o poste(escadote) de ninguém

{Refrão 2x}

{x2}
A mulher magra a mim não me convém
eu não quero andar na rua com o esqueleto de ninguém

Letra: Menina das Tranças Pretas

Como era linda com seu ar namoradeiro
Até lhe chamavam menina das tranças pretas
Pelo Chiado caminhava o dia inteiro
Apregoando raminhos de violetas
Pelo Chiado caminhava o dia inteiro
Apregoando raminhos de violetas
E as meninas de alta roda que passavam
Ficavam tristes ao olhar o seu cabelo
Quando ela olhava com vergonha o disfarçavam
E pouco a pouco todas deixaram crescê-lo
Passaram dias e as meninas do Chiado
Usavam tranças enfeitadas com violetas
Todas gostavam do seu novo penteado
E asim nasceu a moda das tranças pretas
De violeteira já ninguém hoje tem esperança
Deixou saudades foi-se embora e à tardinha
Está o Chiado recheado de mil tranças
Mas tranças pretas ninguém tem como ela as tinha

Letra: Laurinda

Oh Laurinda, linda, linda (bis)
És mais linda que o Sol
Deixa-me dormir uma noite
Nas dobras do teu lençol.

Sim, sim, cavalheiro, sim (bis)
Hoje sim, amanhã não.
Meu marido não está cá
Foi p'ra feira do Gravão.

Onze horas, meia-noite (bis)
Marido à porta bateu
Bateu uma, bateu duas
Laurinda não respondeu.

Ou ela está doentinha (bis)
Ou já tem um novo amor.
Ou então procura a chave
Lá no meio do corredor.

De quem é aquele chapéu (bis)
Debruado a galão?
É para ti meu marido
Que o fiz eu por minha mão.

De quem é aquele casaco (bis)
Que ali vejo pendurado?
É para ti meu marido
Que o trazes bem ganhado.

De quem é aquele cavalo (bis)
Que na minha esquadra entrou?
É para ti meu marido
Foi teu pai que to mandou

De quem é aquele suspiro (bis)
Que ao meu leito se atirou?
Laurinda que ouviu aquilo
Caiu no chão, desmaiou.

Oh Laurinda, linda, linda (bis)
Não vale a pena desmaiar.
Todo o amor que eu te tinha
Vai-se agora acabar.

Vai buscar as tuas irmãs (bis)
Trá-las todas num andor.
E a mais linda delas todas
Há-de ser o meu amor.

Letra: Cantiga da Rua

A cantiga popular, ao passar,
Todos a julgam banal, e afinal
Vai sorrindo à própria dor, dizendo, em trovas de amor,
O seu destino fatal.

Cantiga da rua, das outras diferente,
Nem minha, nem tua, é de toda a gente.
Cantiga da rua, que sobe, flutua, mas não se detém,
Inconstante e louca, vai de boca em boca, não é de ninguém.

A pobreza é mais feliz, porque diz
Em voz alta o seu pensar, a cantar;
E é à rua que ela vai, como fôra à própria mãe,
As suas mágoas contar.

Cantiga da rua, veloz andorinha,
Não pode ser tua e não será minha.
Cantiga da rua, jamais se habitua aos lábios de alguém,
Vive independente, é de toda a gente, não é de ninguém

Letra: Cheira a Lisboa

Lisboa já tem sol mas cheira a lua,
Quando nasce a madrugada sorrateira
E o primeiro eléctrico da rua
Faz coro c'oa chinela da Ribeira.
Se chove, cheira a terra prometida,
Procissões têm cheiro a rosmaninho.
Na tasca da viela mais escondida,
Cheira a iscas (com elas) e a vinho.

refrão:
Um craveiro numa água furtada,
Cheira bem, cheira a Lisboa!
Uma rosa a florir na tapada,
Cheira bem, cheira a Lisboa!
A fragata que se ergue na proa,
A varina que teima em passar,
Cheiram bem porque são de Lisboa,
Lisboa tem cheiro de flores e de mar!

(refrão)

Lisboa cheira aos cafés do Rossio,
E o fado cheira sempre a solidão,
Cheira a castanha assada, se está frio,
Cheira a fruta madura, quando é Verão.
Nos lábios tem o cheiro dum sorriso,
Manjerico tem o cheiro de cantigas,
E os rapazes perdem o juízo
Quando lhes dá o cheiro a raparigas.

{refrão}

Letra: Apita o Comboio

Apita o comboio que coisa tão linda

Apita o comboio perto de coimbro

Apita o comboio lá vai apitar

Apita o comboio à beira do mar

à beira do mar, mesmo à beirinha

Apita o comboio no centro da linha

Apita o comboio debaixo do chão

Apita o comboio cá na estação

Apita o comboio lá vai a apitar

Apita o comboio à beira do mar

à beira do mar, mesmo à beirinha

Apita o comboio no centro da linha

Apita o comboio sobre o rio Douro

Apita o comboio ao chegar ao Porto

Apita o comboio lá vai à apitar

Apita o comboio à beira do mar

à beira do mar, mesmo à beirinha

Apita o comboio no centro da linha

Apita o comboio logo de manhã

Vai cheio de moças para à Covilhã

Apita o comboio lá vai à apitar

Apita o comboio à beira do mar

à beira do mar, mesmo à beirinha

Apita o comboio no centro da linha

Letra: Aldeia da Roupa Branca

Ó rio não te queixes,
Ai o sabão não mata,
Ai até lava os peixes,
Ai põe-nos cor de prata.
Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol.

Água fria, da ribeira,
Água fria que o sol aqueceu,
Velha aldeia, traga a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.
Um lençol de pano cru,
Vê lá bem tão lavadinho,
Dormindo nele, eu e tu,
Vê lá bem, está cor de linho.

Letra: No Alto Daquela Serra

No alto daquela serra
no alto daquela serra
está um lenço
está um lenço a acenar

Está dizendo viva viva
está dizendo viva viva
morra quem
morra quem não sabe amar

Do outro lado do monte
do outro lado do monte
tem meu pai
tem meu pai um castanheiro

Dá castanhas em outubro
dá castanhas em outubro
uvas brancas
uvas brancas em janeiro

Letra: O menino está Dormindo

O menino está dormindo
Nas palhinhas despidinho
Os anjos lh'estão cantando
Por amor tão pobrezinho
O menino está dormindo
Nos braços da virgem pura
Os anjos lh'estão cantando
Hossana lá na altura

O menino está dormindo
Nos braços de São José
Os anjos lh'estão cantando
Gloria tibi Domine

O menino está dormindo
Um sono de amor profundo
Os anjos lh'estão cantando
Viva o Salvador do Mundo

Letra: Uma Sardinha

Uma sardinha [bis]
duas sardinhas [bis]
três sardinhas [bis]
um pau e um gato [bis]
que se esconderam [bis]
num sapato [bis]
ah xixixixiuaua [bis]
ah uauauauaxixi [bis]
de la senhorita [bis]
(luisita) [bis]

uma sardinha [bis]
duas sardinhas [bis]
três sardinhas [bis]
um pau e um gato [bis]
que se disputarm [bis]
de tal maneira [bis]
de se meterem [bis]
na banheira [bis]
ah xixixixiuaua [bis]
ah uauauauaxixi [bis]
de la senhorita [bis]
(luisita) [bis]

Letra: Lá vai o Comboio

Lá vai o comboio
lá vai a'apitar
Lá vai o comboio

p'ra beira do mar
p'ra beira do mar
p'ra beira do rio
e os passageiros
cheiinhos de frio

cheiinhos de frio
cheios de calor
e os passageiros
a tocar tambor

Letra: Menina e Moça

Música: Fausto Frazão
(fado de Coimbra)


É preciso ter sofrido
e ter-se de amores chorado
para se entender o sentido
que há na tristeza do fado.

Numa noite de luar
sob um céu doce e calado
nada se pode igualar
à mágoa de um triste fado.

Letra: Amores do Douro

Música: Ricardo Costa; Carla Lopes

Ó meu amor se te fores
Leva-me no teu coração
Eu navego nos teus olhos
E tu no meu coração

O meu coração é terra
Hei-de mandar cavá-lo
Para semear saudades
Que tenho de te falar

Lá vai o rio correndo
Oh, quem mo dera agarrar
O amor é como um rio
Vai-se e não torna a voltar

Ó rio que vais correndo
Levas meu bem que eu adoro
Se te faltarem as águas
Leva as lágrimas que choro

Aí vai meu coração
Se o quiseres matar, podes:
Olha que estás dentro dele
Se o matas também morres